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Educação Permanente na Saúde é tema de webconferência

A professora Eliane Marina Palhares Guimarães, diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, ministrou webconferência sobre Educação permanente em saúde, como ação do Projeto Telenfermagem da EEUFMG, no dia 22 de agosto, no Núcleo de Telessaúde/UFMG.

A professora contextualizou sobre o tema enfatizando sobre a natureza do trabalho do enfermeiro, que envolve ações gerenciais e assistenciais em maior proporção, mas também educativas e de investigação científica. A professora citou a lei nº 7498, de 25 de junho 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional da enfermagem, na qual são descritas as atividades exercidas pelo enfermeiro privatimante e na composição da equipe de saúde.

Eliane Palhares e SolangeDe acordo com a Eliane, um aspecto que merece ser descrito diz respeito ao crescente número de escolas de ensino superior no país que ofertam o curso de graduação em enfermagem, inclusive na modalidade a distância. “Esta situação tem gerado questionamentos sobre a qualidade do ensino, especialmente, em relação ao desenvolvimento de habilidades técnicas, necessárias ao desempenho do cuidado diretor ao paciente. No entanto, estudos mostram que esta é uma estratégia de ensino que tem sido a opção para a formação no ensino superior, pois permite o estudo em horários, locais e turnos flexíveis.”

A professora pontuou que o crescimento desta modalidade de ensino pode ser atribuído à evolução e incorporação tecnológica como recurso mediatizador do ensino-aprendizagem e motivado pela necessidade de acesso às oportunidades de formação e capacitação profissional, que a exemplo da área de enfermagem, concentram-se nos centros mais desenvolvidos do país. “Além destes, podem ser considerados outros aspectos que compõem o cenário da capacitação profissional, tais como a dificuldade para participar de cursos presenciais, por possuirem mais de um emprego; dificuldade de liberação dos serviços para capacitação; alto custo; dificuldades de deslocamento, entre outros. Diante destes fatores, a EAD é um recurso extremamente valioso se somado aos esforços do próprio profissional”, acrescentou a professora.

Ainda segundo Eliane, as tecnologias de informações e telecomunicações permitem novas formas de prestar assistência, considerando as necessidades locais e contribuindo para transformar realidades práticas ao oferecer orientação à distância para equipe de saúde. A professora afirmou que educação permanente é um processo contínuo de aquisição de informações pelo trabalhador por meio de escolarização formal ou não, no âmbito institucional, compreendendo capacitação, especialização e atualização. “Dessa forma, a capacitação em serviço melhora e amplia a capacidade laboral do trabalhador em função do contexto que esta inserido”.

Uma das estratégias do EAD vem sendo empregado pelo Programa de Telessaúde Brasil Redes, por meio dos Núcleos de Telessaúde, localizados em Universidades Federais do país, com a proposta de democratizar o ensino para os profissionais do Programa Saúde da Família, onde há possibilidade de conexão via internet para acessar as ferramentas oferecidas pelo Programa.

A professora destacou que as ações do Programa são diversificadas, como Webconferências, que são discussões temáticas nas quais se discorrem a respeito de temas elencados pelos próprios profissionais da área, visando o aprimoramento e considerando a realidade dos serviços de saúde.

Apontou, ainda, para a Segunda Opinião Formativa (SOF) que é fundamental para sanar e balizar as dúvidas teórico/práticas do enfermeiro, “uma vez que são respostas com base em evidências científicas às perguntas específicas e relevantes que o profissional apresenta no decorrer das webconferências”.

Finalizando, a professora esclareceu a respeito da importância deste recurso no rompimento de barreiras geográficas, econômicas e socioculturais, que possibilita acesso a programas de educação permanente dos profissionais. Ela considera que há desafios a serem superados e ressalta a importâcia do profissional em assumir uma postura de corresponsabilização com o conhecimento adquirido. “As ferramentas e estratégias propostas pelo Programa são importantes para a produção do conhecimento, mas é necessário envidar esforços por parte da instituição e dos profissionais, pois estes são os atores mais importantes no aprendizado”, concluiu.