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Faculdade de Medicina realiza homenagem em memória do professor Antônio Leite Radicchi

Porta-voz da mensagem de paz, defensor da saúde coletiva e atento às questões sociais, que vão além da área médica. Entre alunos, professores, amigos e familiares, não há dúvidas de que esse foi o maior legado deixado pelo professor Antônio Leite Radicchi, morto há um ano durante assalto. Para que essa mensagem continue a transformar realidades e atitudes, a Faculdade de Medicina irá abrigar, na próxima terça-feira, 13 de novembro, tributo em homenagem ao professor.

O evento será aberto à comunidade em geral, a partir das 18h, no salão Nobre da Instituição. O tributo contará com a saudação de professores, familiares e convidados, apresentação musical e audiovisual e espaço aberto para que os participantes possam prestar homenagem. Também será apresentada a proposta para elaboração de um documentário ou livro sobre a vida e trajetória do homenageado.

antonio leiteAntônio Leite foi professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG por quase quatro décadas, onde ministrou a disciplina de Internato em saúde coletiva. na Escola de Enfermagem, foi professor do curso de Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da UFMG e membro do corpo docente permanente do Mestrado Profissional em Gestão de Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem da UFMG. A experiência com a temática e sua preocupação natural com o coletivo foram essenciais para a criação do Projeto Manuelzão, ligado às atividades do Internato. O professor Marcus Polignano, coordenador do projeto, recorda o trabalho de Radicchi:

“Procuramos desenvolver todas as nossas práticas cidadãs e de saúde em cidades que constituem as bacias do Rio das Velhas. Fomos construindo uma história de luta social e de luta ambiental pela saúde da população. A comunidade gostava muito do Antônio, um sujeito da paz, que defendia de forma muito clara seus ideais”, conta.

O atual chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, Antônio Thomaz da Matta Machado, descreve o professor como uma pessoa pacífica, que sempre buscava encontrar pontos em comum ao invés de divergentes. “Foi um cara que lutou pelo SUS, pela garantia de direitos individuais e um Brasil melhor para todos, que vence a pobreza. Nunca oscilou nisso”, comenta.

Entre outras iniciativas, Radicchi participou da criação do Programa de Pós-graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência, da Faculdade de Medicina da UFMG. “Ele deu aula no programa e esteve presente em todos os processos seletivos. Esse ano é o primeiro sem a participação dele”, comenta a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina e amiga do professor Antônio, Elza Machado.

Para ela, o sentimento que fica é de presença constante do professor. “Esse evento e tudo aquilo que o Antônio nos ensinou é importante para pensarmos em como estamos vivendo e construindo a vida aqui no mundo”, reflete. A professora lembra o momento em que o professor foi assassinado, dentro do transporte público, no qual usava por convicção na mobilidade urbana. Ele estava indo para a Faculdade para discutir uma dissertação sobre prevenção da violência. “Gostaria que as pessoas pensassem que cada vida vale a pena, que cada vida tem importância e que não é natural as pessoas morram de violência. Precisamos construir um mundo onde isso não seja natural”, conclui.
(Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)