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No Brasil não ocorre tráfico ou comércio de órgãos, afirma o diretor do MG transplantes

Segurança no transplante de órgãos foi tema de aula aberta da disciplina Singularidades do Cuidar em Enfermagem, ministrada pelo diretor do MG transplantes, Omar Lopes Cançado, nesta quarta-feira, 28 de novembro, na Escola de Enfermagem da UFMG.

De acordo com Omar, situações de comercialização de órgãos e até de tráfico ocorrem em outros países, envolvendo principalmente pessoas de cunho social mais baixo, sendo uma preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

omarEle explicou que no Brasil, a legislação sobre o assunto é uma das mais rigorosas do mundo. “Além disso, o processo de retirada, manutenção e inserção de um órgão é extremamente complexo, o que dificulta muito sua realização de forma ilegal. Uma cirurgia de transplante requer equipes altamente capacitadas e hospitais com infra-estrutura que permitam a realização de procedimentos complexos, os quais devem ter credenciamento para a atividade junto ao SUS. O paciente transplantado requer acompanhado após a cirurgia, bem como precisa receber medicamentos imunossupressores, o que só é possível se o atendimento se der por médicos credenciados”, explicou.

Omar pontuou a eficácia dos transplantes realizados no Brasil e ressaltou que o número poderia ser bem maior, estando limitado pelas doações que são ainda muito aquém do que seria necessário para atender aos pacientes que necessitam de um transplante. Ressaltou que há muitas fake news veiculadas sobre o assunto, o que só dificulta o processo de doação de órgãos.

A importância do profissional enfermeiro no processo de captação e doação de órgãos também foi citada por ele, afirmando que é um profissional polivalente, capaz de atuar em várias partes do processo de captação e doação. Disse, ainda, ser o enfermeiro o profissional ideal para lidar com as famílias com potenciais doadores, tendo em vista ser, dentre todos os membros da equipe de saúde, o que mais tempo convive com os pacientes e familiares.