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Departamento de Nutrição oferece primeira disciplina em inglês para a graduação

Apresentar e discutir os principais tópicos emergentes em Nutrição em Saúde Pública e Nutrição Global. Este é o objetivo da primeira disciplina optativa totalmente em inglês do curso de graduação em Nutrição “Tópicos em Nutrição I: Current Events in Public Health Nutrition”.

Construída de forma colaborativa entre o chefe do Departamento de Nutrição, professor José Divino Lopes Filho, pelo professor Rafael Moreira Claro, e o servidor da UFMG e assessor pedagógico voluntário especialista em língua inglesa, João Eduardo Quadros, a disciplina apresenta tópicos atuais sobre o campo de conhecimento da Nutrição de forma crítica, permitindo com que os alunos interajam entre si e com a produção científica de alta qualidade em inglês.

AUla ingles NUT O professor Rafael Claro, alunos e a convidada da aula no dia 20 de agosto, Paula Johns, Diretora Geral da ACT Promoção da Saúde

O professor Rafael Claro explica que a disciplina é ministrada em sistema EMI (English as a Medium of Instruction) e compõe um projeto de ensino com objetivo de acelerar a internacionalização do Departamento, seus professores e estudantes. “A disciplina se vale de uma metodologia que consiste no uso da língua inglesa para ensinar disciplinas acadêmicas (além do próprio inglês) em países onde a língua materna da maioria da população não é o inglês. Poucos alunos têm a oportunidade de vivenciar o ensino em inglês durante a graduação em universidades fora do país, iniciativas dessa natureza passam a ser a principal forma de treinamento dos docentes para posteriores atividades de internacionalização. Além disso, a oferta de disciplinas em inglês torna a universidade mais atrativa para alunos estrangeiros, reforçando o processo de internacionalização em curso.”, explica.

O assessor João Quadros enfatiza que a produção científica de ponta tende a ser construída e divulgada em inglês, e que é imprescindível que os alunos tenham conhecimentos e habilidades para terem acesso a essa produção e se tornem polos ativos e não passivos nesse processo. “A nossa abordagem didática tem privilegiado metodologias ativas, que colocam os alunos no centro do processo de aprendizagem. Assim, a intenção é que o professor seja um mediador da construção coletiva do conhecimento. Para alcançar esse objetivo, é necessário que a aula seja um momento prazeroso, significativo e autêntico para que o aluno desenvolva habilidades linguísticas de maneira integrada com o aprendizado do conteúdo. Um exemplo de inversão de prioridades, para que o foco da aula seja no aluno, é o planejamento centrado no que o estudante irá aprender e não no que o professor vai ensinar. Outro exemplo é o monitoramento do tempo de aula dedicado à fala do docente e o tempo de discussão dos alunos.

Ele destaca, ainda, que o seu papel enquanto assessor voluntário foi primeiramente escutar os anseios do educador, da coordenação e auxiliá-los a planejar a disciplina desde os objetivos, metodologias, material e avaliação. Depois, fez observações guiadas das aulas para não só verificar se condiziam com o planejado, mas principalmente para auxiliar o educador a refinar sua prática, fazendo com que ele reflita sobre elas e encontre soluções. “Além disso, também compartilhei técnicas de ensino integrado de língua estrangeira e conteúdo com o educador. É uma satisfação poder contribuir com esse projeto, que está no início, mas tem totais condições de se tornar referência para a Escola e para a UFMG como um todo”, conclui.

Retorno positivo
O professor Rafael ressalta também que a primeira oferta se deu no semestre letivo 2021/1, com a participação de 15 alunos e que, no momento, o plano é sustentar a oferta anual da disciplina, além do aumento do número de disciplinas ofertadas com base na metodologia EMI. O planejamento é que uma nova oferta seja realizada no semestre letivo 2022/1.“Os alunos se mostraram interessados e participativos com a novidade durante todos os encontros. A maioria tem optado por assistir as aulas em sistema síncrono, proporcionando produtivas discussões e socialização de conhecimento sobre os temas”.

Giulia Carregal Resmini, aluna do 5° período do curso de Nutrição, destaca que a disciplina foi uma surpresa, já que sentia a necessidade de aprimorar o inglês de forma evidente na universidade durante a busca por artigos científicos e outros conteúdos ou possibilidade de estágios e intercâmbio. “Quando descobri que teríamos uma disciplina ministrada toda em inglês achei super desafiador e intrigante. Fiquei bem empolgada, mas confesso que quase desisti de me matricular, pensando que não seria capaz de acompanhar. Porém, se não tentarmos ultrapassar novas barreiras, ficaremos sempre no mesmo lugar, então decidi encarar esse desafio e agradeço muito por isso”.

Ainda de acordo com a estudante, as aulas são muito interessantes e, além de todo o conhecimento adquirido, teve a oportunidade de incrementar o vocabulário, especialmente na área da nutrição. “O ambiente criado pelo professor é super convidativo para que todos possam interagir e contribuir com a discussão, sendo esse um ponto fundamental, pois, dessa forma, a disciplina nos permite também treinar a fala em inglês, algo que eu não tinha muitas oportunidades para fazer no meu dia a dia. Assim, com o mundo tão conectado que temos hoje, é inevitável que o inglês faça parte dele e acredito que essa disciplina é um passo muito importante em direção a esse propósito. Gostaria, portanto, de agradecer e espero que a disciplina continue sendo ofertada, pois tive uma experiência muito construtiva que desejo a outros alunos”, relata.