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Setembro Verde reforça importância da doação de órgãos

setembro verde hc

O cenário dos transplantes de órgãos no Brasil já dá sinais de recuperação após sofrer o impacto da pandemia. De acordo com o último relatório da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), divulgado no início de agosto, a taxa de notificação de potenciais doadores de órgãos aumentou 13% no primeiro semestre de 2021, período que registrou mais de 10 mil transplantes no país. Entre janeiro e junho de 2020, eles não chegaram a 9 mil.

No entanto, a taxa de doadores efetivos caiu 13%. Isso significa que, até o ano passado, para efetivar uma doação, eram necessários três doadores. Agora, para obter o mesmo resultado, é preciso ter quatro doadores. O principal motivo do declínio, ainda segundo a ABTO, é o aumento de 44% na taxa de contraindicação. Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde orientou as equipes médicas a adotarem avaliações criteriosas, como a implementação de testagem para Covid-19 em possíveis doadores e não realização de transplantes de órgãos retirados de pessoas que morreram da doença, o que impactou negativamente as captações. Só em Minas Gerais, 5.218 pessoas aguardam na fila do MG Transplantes por um órgão e pela chance de renascer.

Com o intuito de diminuir o tempo de espera e potencializar o número de doações, foi criada a campanha Setembro Verde, alusiva ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 do mesmo mês, com ações de conscientização em todo o país durante o mês de setembro. No Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, um dos maiores centros transplantadores de Minas Gerais, as atividades começam nesta quarta-feira (1º) com o lançamento da campanha online “Muitas vidas em um sim”.

O objetivo é ampliar o debate sobre o tema com depoimentos de famílias de doadores e pacientes transplantados e conteúdo informativo sobre doação de órgãos. Está programada ainda a Carreata pela Doação de Órgãos, no dia 25, em substituição ao tradicional evento “Caminhantes - Caminhada pela Doação de Órgãos”, realizado desde 2010, por conta da pandemia de Covid-19. Além disso, nos dias 27, 28 e 29, será realizado o seminário online “Doação de Órgãos, Células e Tecidos para Transplantes”. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas neste link.

Dados
Desde o registro do primeiro transplante em Minas Gerais, que foi realizado pelo Hospital das Clínicas em 1969, quando um homem de 32 anos recebeu um rim da irmã, a instituição já soma quase 18 mil procedimentos. Na lista estão transplantes de coração, rins, fígado, medula óssea e córneas, todos eles feitos com recursos do SUS por uma grande equipe que envolve cirurgiões, enfermeiros especialistas, médicos clínicos, especialistas em reabilitação física e assistência psicológica. Até agosto deste ano, foram realizados no HC-UFMG 98 transplantes. Em 2020 foram, ao todo, 155 e em 2019, 286 procedimentos.

(Com Centro de Comunicação do Hospital das Clínicas da UFMG)