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Opinião: 100 anos de descoberta da insulina - uma conquista memorável

Este ano celebra-se o centenário da descoberta da insulina, hormônio que propiciou a manutenção da vida de muitas pessoas com diabetes, doença para qual ainda não há cura. No passado, pessoas que possuíam diabetes tipo 1 não tinham como se tratar e acabavam morrendo por inanição e danos decorrentes da falta da insulina, que é responsável por transportar a glicose do sangue e para as células, a ser utilizada como fonte de energia. Assim, a descoberta da insulina, ocorrida na Universidade de Toronto, no Canadá, por Frederick Banting e Charles Best, representa um marco da ciência em prol da vida humana, tanto quanto as vacinas, os antibióticos e os analgésicos que permitiram a realização de cirurgias.

Além da insulina, hoje disponível com variados tempos de ação para diferentes situações, se dispõe, ainda, de recursos variados que propiciam o controle da doença. Dentre estes estão os hipoglicemiantes de ingestão oral, o glicosímetro para aferição da glicemia capilar onde quer que o paciente esteja, a bomba de insulina (que funciona como uma espécie de pâncreas artificial) e o sensor de glicemia, que permite várias aferições da glicemia sem picadas de dedo.

AULA JAQUELINEProfessora Jaqueline Guimarães durante aula prática sobre insulina realizada em 2019

No Brasil, a insulina e os insumos necessários para sua administração são disponibilizados gratuitamente às pessoas que necessitam, pelo SUS, sendo um direito previsto em legislação (Lei 11.347/06), mediante cadastro, e que evidencia os avanços obtidos pela sociedade brasileira nos últimos anos. Alguns municípios oferecem, ainda, recursos como as canetas injetoras, que facilitam a administração da insulina principalmente por pessoas com maior dificuldade no manuseio das seringas.

Contudo, apesar dos ganhos decorrentes dos avanços no tratamento da doença, ainda se depara com muita desinformação e resistência por parte de pessoas com diabetes, levando ao uso incorreto desses insumos, como da insulina, o que pode gerar danos graves. Dessa forma, faz-se necessário que as pessoas com diabetes façam o acompanhamento e monitoramento sistemático da doença com uma equipe multiprofissional, que deverá propiciar todas as informações e capacitações necessárias para que o uso destes recursos tão valiosos ocorra de forma segura e efetiva. A Enfermagem tem papel fundamental nesse processo, sendo capaz de fazer a diferença em prol da qualidade de vida das pessoas que possuem a doença.

Por: Jaqueline Almeida Guimarães Barbosa- Professora do Departamento de Enfermagem Básica da Escola de Enfermagem da UFMG

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