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Escola de Enfermagem da UFMG conquista primeira patente de sistema para pacientes com ferida crônica do SUS

O programa de patentes da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da Universidade Federal de Minas Gerais concedeu o primeiro registro de programa do computador, análogo à patente, para a Escola de Enfermagem da UFMG, válido por 50 anos.

O sistema, intitulado SAEFg – Sistematização da Assistência de Enfermagem em Feridas – gerencial, é resultado da tese “Usabilidade e aplicabilidade do sistema Sistematização da Assistência de Enfermagem em Feridas – gerencial na Atenção Primária e Secundária”, defendida em agosto de 2022, pela pesquisadora Taysa de Fátima Garcia, no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da EEUFMG. A pesquisa foi orientada pela professora Eline Lima Borges, do Departamento de Enfermagem Básica da EEUFMG, com coorientação do professor Flávio Luiz Seixas, Coordenador do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense. O SAEFg é produto da parceria entre as duas universidades e envolveu a participação de alunos da graduação, programador e engenheiro de software sênior.

eline e taysaTaysa Garcia e a professora Eline Borges

Os pesquisadores ressaltam que o SAEFg é intuitivo e gera automaticamente indicadores de saúde, a partir dos dados resultantes da consulta do enfermeiro. “O SAEFg permite o registro sistematizado e padronizado dos dados, que são compilados pelo próprio sistema gerando automaticamente 25 indicadores de saúde, entre clínicos, assistenciais e financeiros. A geração de dados parametrizados nesta área não é uma realidade nos sistemas de informação do SUS. Não é possível, por exemplo, extrair dos sistemas existentes, indicadores como: o tempo de tratamento do paciente no serviço de acordo com a etiologia da ferida, os custos desse tratamento, a taxa de cicatrização e os eventos adversos. Assim, o SAEFg foi desenvolvido para gerar este conhecimento”, explica Taysa.

Além da patente, a primeira etapa da pesquisa, que consiste em um estudo de validação do conteúdo que compõem as unidades modulares do SAEFg, foi premiada em 1º lugar na apresentação de trabalho Oral no 3º Congresso Paulista de Estomaterapia de 2022. “Da mesma maneira, não há um instrumento padronizado no SUS para nortear os profissionais da prática clínica quanto à coleta de dados e avaliação do paciente e da ferida. O produto da primeira etapa deste estudo pode ser utilizado para este fim”, enfatiza Taysa Garcia.

Ela explica, ainda, que atualmente o SAEFg encontra-se em fase de ajustes no Minimum Viable Product (MVP – Produto Mínimo Viável) e seu nível de maturidade tecnológica, considerando o Technology Readiness Level (TRL), encontra-se entre 4 e 6, que consiste em uma tecnologia desenvolvida em nível laboratorial e demonstrada na prática clínica para validação.