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Alunos do curso de Pós-graduação em Nutrição e Saúde participam de aula aberta sobre desafios e perspectivas do SUS na atualidade

alziraNessa quarta-feira, 24 de maio, alunos da disciplina Nutrição em Saúde Pública, do curso de Pós-graduação em Nutrição e Saúde da Escola de Enfermagem da UFMG, participaram da aula aberta sobre “Saúde Universal: dilemas, desafios e perspectivas do SUS na atualidade”, ministrada pela professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Alzira Jorge Oliveira. A atividade foi coordenada pela professora Aline Cristine Souza Lopes e teve o objetivo de discutir os principais dilemas e desafios que o SUS enfrenta na atualidade, considerando o contexto histórico e os impactos que podem acarretar no futuro.

A professora palestrante, Alzira Oliveira, fez uma análise histórica sobre a criação do SUS desde os anos 80, elucidando que o Sistema Único de Saúde não surgiu de nenhuma política governamental, e sim de um apelo do próprio povo, mediante lutas e reivindicações. Segundo ela, a 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) apresentou a proposta aos deputados constituintes que a assumiram e a transformaram no capítulo de saúde da Constituição Federal de 1988.

Ela ressaltou quatro grandes riscos previstos para o SUS nos próximos anos: congelamento dos gastos até 2036 e reajuste apenas pelo IPCA; planos populares de saúde proposto pelo Ministro da Saúde que pretende retirar recursos do SUS para seu custeio; reforma trabalhista, com a terceirização e flexibilização dos contratos de trabalho; e a reforma da previdenciária.

Alzira afirmou que o Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público e gratuito de saúde. De acordo com a professora, o SUS avançou bastante, melhorando a saúde da população brasileira em ações como: o Brasil é um dos cinco países que disponibiliza gratuitamente todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS); são mais de 290 mil unidades de saúde pelo país; mais três milhões de profissionais de saúde formais; cerca de 40 mil equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e quase 300 mil Agentes Comunitários de Saúde (ACS); o país disponibiliza medicamentos gratuitos ou com custo baixo e oferece tratamento gratuito para indivíduos com AIDS. “Mas, por outro, pela ousadia da proposta, ainda há muito a ser feito para garantir saúde de qualidade a todos. Apesar do sistema saúde no Brasil ser de acesso universal e integral, ele exibe estrutura do gasto que não se assemelha a dos sistemas nacionais de saúde”, destacou a professora. Foi destacada, ainda, a importância dos profissionais de saúde e a população estarem atentos para a riqueza do SUS e a garantia da manutenção de seus avanços, como será discutido de 08 a 10 de junho, em Belo Horizonte, na "14ª Conferência Municipal de Saúde intitulada “SUS – Nenhum Direito a Menos”!