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X Encontro Mineiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal aborda desafios e criação de redes para atuação profissional

MESA ABERTURA CEEOPara discutir os desafios e criação de redes de fortalecimento para a atuação das enfermeiras obstétricas e, ao final, realizar a formatura de 19 alunas do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – CEEO II/Rede Cegonha da Escola de Enfermagem da UFMG, foi realizado na última sexta-feira, 01 de dezembro, o X Encontro Mineiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. O evento reuniu enfermeiras obstétricas e generalistas, alunos de pós-graduação Lato sensu (Especialização e Residência em Enfermagem Obstétrica) e Stricto sensu; alunos de graduação em Enfermagem e simpatizantes.

A mesa de abertura foi composta pela diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, professora Eliane Marina Palhares Guimarães; pela representante da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO-Nacional) e subchefe do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da EEUFMG, professora Elysângela Dittz Duarte; pela representante da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras - Seccional Minas Gerais (ABENFO-MG), enfermeira obstétrica Sibylle Emilie Vogt; pela subcoordenadora do CEEO II/Rede Cegonha - IFES UFMG, enfermeira obstétrica Kelly Cristina Almeida Borgonove e pela representante da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Referência Técnica na Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres e Crianças, enfermeira obstétrica Ana Luiza Coura.

A diretora da EEUFMG, professora Eliane Palhares, destacou a importância da formação profissional que a EEUFMG realiza nos diversos níveis, como Aprimoramento, Especialização, Residência em Enfermagem Obstétrica e Pós-graduação Stricto sensu. “A formação dessa rede é que vai possibilitar que a mudança realmente aconteça no nível operacional”, enfatizou.

A vice-diretora e coordenadora da Residência em Enfermagem Obstétrica da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professora Carla Luzia França Araújo, discutiu os desafios para a formação e criação de redes para atuação no cuidado às mulheres e seus recém-nascidos no Rio de Janeiro. Segundo ela, um dos principais desafios é manter as parcerias institucionais de forma a dar continuidade nos avanços conseguidos, para consolidar a mudança no modelo de nascer e de parir de uma forma mais humanizada em nível de Brasil.

CARLACEEO                                                                                                    Professora Carla Araújo

A professora pontuou, ainda, que as estratégias são muitas, como os meios de comunicação; questões estabelecidas por meio de políticas públicas; concursos em níveis nacionais como temos na UFMG e no Rio de Janeiro, financiados pelo Ministério da Saúde, em que se consegue fazer relações com enfermeiros obstétricos em todo Brasil. “Fortalece a rede, porque a informação circula. Os enfermeiros podem ver ilhas de atenção, como no caso do Hospital Sofia Feldman. Isso empodera e mostra que não estão sozinhos. Tanto a Rede Cegonha, como a Rede de Comunicação, são fundamentais para que possamos avançar”, enfatizou.

Os desafios para a formação e criação de redes para atuação no cuidado às mulheres e seus recém-nascidos em Minas Gerais foram debatidos em uma mesa-redonda que contou com a participação da enfermeira obstétrica Danúbia Mariane Barbosa Jardim, coordenadora do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica oferecido pelo Hospital Sofia Feldman; enfermeira obstétrica Daisy de Rezende Figueiredo Fernandes, coordenadora do CEEO II/Rede Cegonha – IFES Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Diamantina; enfermeiro obstétrico Mateus Oliveira Marcelino, coordenador adjunto, tutor e docente da Residência de Enfermagem Obstétrica da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG); e da professora e coordenadora do CEEO II / Rede Cegonha, IFES Universidade Federal Uberlândia, Efigênia Aparecida Maciel de Freitas.

mesa desafios   Mesa-redonda desafios para a formação e criação de redes para atuação no cuidado às mulheres e seus recém-nascidos 

Segundo Efigênia, o grande desafio é a formação em si, como articular as políticas pedagógicas de formação, para que a enfermeira em formação se empodere de todas as habilidades e competências necessárias para o exercício da profissão. “Fazemos uma pesquisa de satisfação com as mulheres que são assistidas pela equipe de enfermeiras obstétricas em formação que acolhe, compreende o momento que ela está vivendo, oferece os métodos não farmacológicos e toda assistência pautada nas boas práticas. Temos relatos emocionantes do impacto que isso trouxe para essa nova família que está se formando naquele momento. Eles reconhecem isso como ponto marcante para sua história do parto e nascimento e para vida posterior. Nossas especializandas estão contribuindo de forma muito favorável de acordo com a percepção dessas mulheres que estão sendo assistidas”, ressaltou.

O uso das evidências científicas nas práticas avançadas em Enfermagem Obstétrica foi tema de discussão da enfermeira obstétrica Maíra Libertad Soligo Takemoto. Ela pontuou que a formação das enfermeiras obstétricas ainda precisa investir bastante em como conhecer, localizar, interpretar e aplicar as evidências. “Há dificuldades dos profissionais de saúde que estão prestando assistência em acessar as informações, porque geralmente estão em publicações em língua inglesa ou precisa ter um conhecimento técnico específico da área de estatística, por exemplo, para interpretar”, relatou. Ainda de acordo com ela, apesar de uma série de propostas, políticas públicas e diretrizes reforçarem a necessidade do uso das evidências, nem sempre isso é fácil na prática, é uma limitação que os profissionais encontram no dia a dia.
Formatura
No período da tarde foi realizada a formatura das 19 alunas do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica – CEEO II / Rede Cegonha da EEUFMG, IFES UFMG.

A subcoordenadora do curso, enfermeira obstétrica Kelly Cristina Almeida Borgonove, destacou a importância dessas profissionais que atuam em prol das mulheres e recém-nascidos. “É uma alegria imensurável colocar mais 19 enfermeiras obstétricas qualificadas no mercado de trabalho. Levem tudo que aprenderam para a assistência, se coloquem no lugar do outro. Deem às mulheres e suas famílias o mesmo atendimento que desejam receber”, enfatizou.

FERNANDAPENIDO2A formanda Fernanda Penido, professora do curso de Enfermagem da Escola, afirmou que participar do Curso foi uma experiência incrível. “Foi um convite para a compreensão do outro, uma relação que se dá no cotidiano do cuidado à mulher e à criança. É inquestionável a importância da enfermeira obstétrica no processo de parturição, buscando resgatar a competência da mulher no processo de gerar e parir e contribuir para que a humanização da assistência ao parto e nascimento seja concreta”.

Ela destacou, ainda, que como docente da Escola de Enfermagem da UFMG, espera que o curso de graduação em Enfermagem continue a implementar um currículo que privilegia a formação da(o) enfermeira(o) crítica(o), reflexiva(o) e, sobretudo, humanista, incorporando sempre à formação acadêmica dos profissionais de saúde mudanças no paradigma de atenção à saúde das mulheres e crianças.

Para Fernanda, o X Encontro Mineiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal é de extrema importância. Segundo ela, é necessário questionar sobre a prática e refletir a área da atenção à saúde Obstétrica e Neonatal, uma vez que aponta aspectos das políticas e práticas de humanização com potencial de subsidiar a integralidade do cuidado. “A humanização da assistência ao parto e nascimento envolve retomar a mulher como protagonista, favorecer a escolha informada no parto, otimizar e enriquecer as interações entre as mulheres, as crianças, os familiares e os profissionais e buscar uma indissociabilidade das ações curativas, preventivas e de promoção da saúde”, pontuou.

A professora ressaltou também o importante papel da enfermagem nestes encontros e no desenvolvimento de tecnologias voltadas para as relações humanas e a saúde, resgatando o cuidado seguro, oportuno e centrado na mulher, além da humanização no dia a dia e em momentos tão singulares: o parir e o nascer.

formandas                                                      As formandas, professoras da EEUFMG e a equipe organizadora do evento

O evento foi organizado pelas professoras Torcata Amorim, Mariana Santos Felisbino Mendes, Fernanda Penido, Bruna Figueiredo Manzo, Eliana Aparecida Villa, Elyzângela Dittz Duarte, Érica Dumont Pena, Eunice Francisca Martins, Juliana de Oliveira Marcatto, Kleyde Ventura de Souza, Márcia dos Santos Pereira, Tércia Moreira Ribeiro da Silva e Vânia de Souza; pelas enfermeiras obstétricas Kelly Cristina Almeida Borgonove, Luana Karla Leite, Rafaela Siqueira Costa Schreck e Taisa de Paula Gonçalves; pelas bolsistas: Anne Caroline da Silva Santos, Deborah Lorrane Gonçalves Santos, Amanda Fernandes Teixeira e pela servidora Liliana Jéssica Alves Viana da Silva.