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Desafios e perspectivas das redes de atenção em saúde mental no SUS são abordados em mesa-redonda

mesa redonda carla1Com o objetivo de discutir com especialistas dos serviços de Belo Horizonte questões sobre política de saúde mental, os serviços na rede de atenção à saúde, a dinâmica e a articulação dos Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAM) e do Serviço de Urgência Psiquiátrica (SUP) com os demais serviços de saúde, foi realizado uma mesa-redonda sobre os “Desafios e Perspectivas das Redes de Atenção em Saúde Mental no SUS”, na última quarta-feira, 2 de maio, na Escola de Enfermagem da UFMG. A atividade foi promovida pela disciplina Gestão do Sistema de Saúde (GSS) do Curso de Graduação em Enfermagem e coordenada pela professora Carla Aparecida Spagnol.

A mesa-redonda foi composta pela palestrante Miriam Maria Gonçalves Chaves, enfermeira do Serviço de Urgência Psiquiátrica (SUP) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e pelo enfermeiro Jarbas Vieira de Oliveira, do Centro de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas (CERSAM-AD) e moderada pela professora aposentada da EEUFMG, Annette Souza da Costa.

Durante sua palestra, Miriam falou sobre a história da reforma psiquiátrica brasileira e da importância da Rede de Saúde Mental da capital, sobre a potência desta rede que oferta cuidados às pessoas em sofrimento mental, seguindo uma linha de cuidados transversal para, desde a assistência na estratégia de saúde da família, perpassando por Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAMs), até o acolhimento da crise da urgência psiquiátrica no SUP.

Ela informou que o SUP é um serviço que proporciona um auxilio muito importante para os oito CERSAMs da Rede de Saúde Mental de Belo Horizonte. “É o único serviço que, no período noturno, acolhe urgência psiquiátrica dos moradores de Belo Horizonte maiores de 18 anos. Ou seja, além do acolhimento noturno, garantimos assistência às pessoas portadoras de sofrimento mental por 24 horas, todos os dias da semana na Rede”, contou Miriam.

Segundo a enfermeira, o modelo de atenção à saúde mental de Belo Horizonte, preconizado pela política que foi implementada desde 1993, com a criação do primeiro CERSAM, vem se consolidando como uma potência e um modelo de atenção de acordo com o preconizado pela diretriz da reforma psiquiátrica antimanicomial.

evento carla2Miriam pontuou, ainda, que assim como o SUS passa por dificuldades diversas desde o financiamento até a discussão do modelo, as redes de saúde mental também estão passando por dificuldades, porém é possível enfrentar tais adversidades por meio do fortalecimento das redes de atenção, investimentos em capacitação, expansão dos serviços, ampliação de investimentos.

Ela também destacou a importância do protagonismo da Rede de Saúde Mental de Belo Horizonte, que mesmo nesse contexto de dificuldade do SUS e da Saúde Mental, a capital mineira ainda sustenta esse modelo de cuidado em liberdade, respeitando os princípios da reforma psiquiátrica antimanicomial, garantindo assistência para os pacientes e seus familiares. “A rede é um modelo que devemos divulgar para outros municípios, para que a gente possa fortalecer o processo de reforma psiquiátrica no país como um todo”.